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quinta-feira, 31 de maio de 2012


Deito-me nesta cama de sensações
E o sono não me vem

Mais uma vez despida e cheia de sonhos

Não sou de ninguém

Sem destino e sem lugar



Nenhum lugar me tem

Porque lugar algum pôde me manter

Sinto-me vazia

E esse oco dentro de mim 

Que nada preenche 

Que tudo torna sem graça



Corrói com delicadeza

Esse vasto mundo que minha imaginação

Insiste em criar, onde tudo é perfeito

Onde a menina brinca sem medo



Depois vem essa tristeza e ao mesmo tempo o fogo

Me queimando e me reduzindo a cinzas

As chamas vem de dentro

Infinitamente sedutoras

Não posso conter esse chamado que ouço

Quero ser cadela!



Não sou nada 

Sem o couro a marcar minha pele

Sem um pé de cama para encostar

Sem solas para beijar

Sem colo para deitar

Sem perna para roçar

Sem coleira, sem guia



E mesmo sem nunca ter vívido o que descrevo

Com tanta paixão

Eu desejo tão intensamente

Como se fosse me faltar o ar

Pois faz parte de mim

E não nadarei contra a corrente



Sou aquela que mesmo em silêncio 

Grita angustiada, chora mesmo sem lágrimas

Sou aquela que abraça a solidão

Sou rio caudaloso que banha o teu desejo

Sou aquela que inflama enquanto te espera

DONO sem rosto

Sem mim

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